29 E 30 DE OUTUBRO | FIESP | SÃO PAULO-SP

Parceria que fortalece o desafio da produtividade

03/07/2025

O Congresso Internacional Abit 2025, que será realizado nos dias 29 e 30 de outubro na sede da Fiesp, em São Paulo, completa dez anos de existência. Com trajetória marcada por densos debates e significativas contribuições para o têxtil e a confecção, o evento se consolidou como uma referência no setor. 

 

Parceria fortalece presença regional no Congresso 

    

A coordenadora geral do Congresso Internacional AbitJulieta Pagliuca, destaca a importância da parceria de longa data com os sindicatos do setor têxtil e de confecção. Segundo ela, desde as primeiras edições do evento, as entidades têm papel fundamental na mobilização de empresários em suas regiões, organizando missões para garantir ampla participação no encontro. A Abit, por sua vez, colabora fornecendo material de divulgação e condições especiais de inscrição, com descontos de 50% aos associados destes sindicatos, facilitando o acesso ao evento. 

Esta articulação tem fortalecido, na visão da executiva, a presença regional dos sindicatos e ampliado o alcance do conteúdo promovido pelo Congresso. “É uma ação muito importante, pois os sindicatos têm grande representatividade dentro do setor”, afirma Julieta. A iniciativa contribui para que empresários de diferentes partes do país participem das discussões e atualizações do setor. 

 

Momento de debate e networking 

      

O presidente do Sinditêxtil-SP, Julio Scudeler, destacou a importância do congresso ao longo da última década. Para ele, o evento “consolidou-se como um farol para a cadeia têxtil e de confecção”, por reunir conhecimento, tendências e inovações que impactam diretamente a competitividade e o crescimento das empresas do setor. “Além disso, o Congresso proporciona um forte networking a cada edição, o que fortalece a integração da cadeia”, afirma. 

O tema da produtividade, eleito como foco desta edição, é questão desafiadora e urgente, na visão do dirigente do Sinditêxtil SP. Ele assinala que, apesar do engajamento das empresas paulistas na modernização e da disponibilidade de mão de obra qualificada, a produtividade não se distancia significativamente da média nacional.  

Segundo o Scudeler, dados do Conference Board ilustram o tamanho do desafio: “A produtividade do trabalhador brasileiro equivale a apenas um quarto da produtividade do trabalhador norte-americano, mesmo com uma carga horária média semanal de 39 horas, uma a mais que nos Estados Unidos”. O Brasil ocupa atualmente a 78ª posição em um ranking de 131 países, atrás de nações vizinhas como Uruguai, Argentina e Chile. 

Para Scudeler, esse cenário evidencia a necessidade de atacar gargalos estruturais: “Temos que enfrentar a falta de educação básica de qualidade, o ambiente econômico adverso, as dificuldades para investir e, claro, o Custo Brasil”. Ele observa que, dadas as condições atuais, “as empresas paulistas são até muito competitivas”, mas pondera: “É impossível falar em redução da carga horária de trabalho quando a produtividade é tão baixa”. 

O Sinditêxtil-SP, segundo ele, está animado em apoiar o 10º Congresso Internacional Abit e espera contribuir para um debate produtivo entre especialistas e representantes do governo. “Estamos especialmente ansiosos por discutir caminhos concretos para elevar a produtividade e, com isso, fortalecer ainda mais a indústria têxtil brasileira”, conclui. 

 Encontro marca virada para o setor na Bahia

            

Para o empresário Hari Hartmann, presidente do SindiVest Bahia, a realização do Congresso Internacional Abit 2024 em Salvador representou um ponto de inflexão para o setor têxtil e de confecção no estado. “Há um antes e um depois do Congresso”, afirma. O evento, sediado no Senai Cimatec, contou com a presença de mais de 400 empresários. Destes, 70 estão ligados a empresas da Bahia, numa ação articulada pelo SindiVest.Para Hartmann, mais do que mobilização, o encontro funcionou como uma “provocação” construtiva aos empresários e gestores públicos baianos, destacando o potencial de um setor que pode voltar a ter protagonismo na economia estadual. 

O impacto do Congresso também está respaldado por um estudo conduzido pelo IEMI – Inteligência de Mercado, liderado por Marcelo Prado, que revelou as vantagens competitivas da Bahia. Entre elas, a produção de algodão no oeste do estado, que na safra 2023/2024 alcançou 635 mil toneladas, sendo mais da metade exportada, e a presença doPolo Petroquímico que fornece matérias-primas como poliéster e poliamida. “É preciso transformar esse potencial em valor agregado, para que a roupa seja produzida aqui, e não apenas lá fora com o nosso insumo”, destaca Hartmann. A interiorização da população baiana — 287 dos 417 municípios estão no interior — também é vista como uma oportunidade estratégica para descentralizar e expandir a cadeia produtiva. 

“O Estado entendeu que o setor é estratégico”, avalia Hartmann. Agora, o SindiVest Bahia dá início à segunda etapa desse movimento, com base no diagnóstico elaborado. “Somos responsáveis por esta transformação e a Abit, na figura de Fernando Pimentel, tem papel de liderança que inspira e impulsiona os polos produtivos regionais”, completa. Para Hartmann, fomentar a indústria local significa gerar conhecimento, negócios e empregos, com organização e visão estratégica. “Um Congresso movimenta a economia inteira. Onde há informação, há produção, há empregos e futuro”. 

 Abrangência do Congresso ultrapassa fronteiras 

        

Para Wilson Ribeiro, presidente do SindiVest Maringá e empresário à frente da marca de moda, ao lado da esposa Cristiane de Araújo Ribeiro, o Congresso Internacional Abit é mais do que um evento do setor: é uma experiência transformadora para quem atua na indústria têxtil e da confecção 

Ribeiro já participou de três edições do encontro e considera cada uma decisiva para os rumos da sua empresa. “Sou um fanático por congressos. Todo esforço é válido para participar e mover outros empresários a fazerem o mesmo”, afirma. 

O dirigente sindical, cuja entidade representa 69 municípios da região noroeste do Paranáe também integra o Conselho Têxtil e Vestuário do Paraná na Fiep, destaca que o Congresso disponibiliza tendências globais e coloca os participantes em contato com realidades locais e internacionais. “Tomamos conhecimento de ações que estão acontecendo pelo mundo. Isto sem contar a base de networking que se estabelece”, observa. Segundo ele, muitos empresários da região também experimentaram verdadeiras guinadas em seus negócios após participar do evento. 

Ribeiro sugere que democratizar a participaçãopoderia ampliar significativamente a adesão de empresários, gerando impacto positivo em larga escala. “Eu garanto que aquele que participar não sairá do Congresso da mesma maneira que entrou; terá uma nova visão”, afirma.  

Ao parabenizar a Abit pelos dez anos do evento, ele reforça o desejo de, em breve,tornar o Paraná sede do Congresso. “Estamos de braços abertos e colocando esforços para que isto aconteça”.  

Para o presidente do SindiVest Maringá, participar do encontro deve ser encarado como um propósito estratégico por todo empresário do setor. Afinal, “o Congresso, pelo alto conteúdo, nos possibilita estabelecer um norte para os negócios”, conclui.