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Renato Meirelles: “O processo de maior integração entre a produção e o consumidor é um caminho sem volta”

07/05/2019

Com o objetivo de gerar informações sobre o setor têxtil e de confecção, o Congresso Internacional Abit acontece em 22 e 23 de outubro em Belo Horizonte com o tema “Fim das Fronteiras: da criação ao consumo”. O evento é realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e conta com a participação do Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, como mediador das palestras que fazem parte da programação.

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Considerado um dos maiores especialistas em consumo e opinião pública do país, Renato já conduziu diversos estudos sobre o comportamento do consumidor emergente brasileiro, atendendo as maiores empresas do Brasil. Em 2012, o profissional fez parte da comissão que estudou a nova Classe Média Brasileira, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Confira a entrevista que ele concedeu ao site do Congresso Internacional Abit sobre os principais temas que serão debatidos no evento, incluindo uma pesquisa inédita, focada no setor têxtil e de confecção e preparada especialmente para a ocasião.

Congresso Abit - O tema do congresso é "Fim das Fronteiras: da criação ao consumo", como você vê esse processo de maior integração entre a produção e o consumidor?

Renato Meirelles - Esse é um caminho sem volta. Cada vez mais, os consumidores querem se aprofundar sobre as cadeias de produção. Não está provado que mapear a cadeia gera mais vendas no Brasil, mas claramente as marcas que têm problemas em sua cadeia saem prejudicadas nas vendas. Isso caminha para deixar de ser um diferencial e se torna uma condição basal do bom relacionamento com os consumidores. Não só é possível implementarmos isso no Brasil como pode ser algo bem importante para fazer frente às importações de mercados que se preocupam muito menos com isso do que o nosso.

Congresso Abit - Quais desafios que as empresas irão enfrentar?

RM - Um deles é conseguir manter um preço justo ao consumidor mesmo com todo o investimento na cadeia. Outro é fazer com que, no período de transição, o mercado como um todo faça esse movimento e não um ou outro player específico. Deve-se entender isso como uma necessidade de todos, acima dos interesses individuais de marca. É necessário criar um movimento que tenha um patamar mínimo e, a partir daí, cada marca caminhar para algo maior. Como se houvesse um marco regulatório e de referência que padronizasse. Quem não seguir esse padrão ficaria fora do jogo.

Congresso Abit - Como essa prática irá impactar o mundo como um todo?

RM - De algumas formas: inspirando outras ações como essa e mostrando que é possível ter um mundo de consumo sustentável que não concorra com os lucros, beneficiando o consumidor, o planeta e a cadeia.

Congresso Abit - Que tipo de práticas as empresas precisam adotar para alcançar o conjunto de produção têxtil como um todo?

RM - É preciso monitorar cada ponto da cadeia e colocar a tecnologia a serviço disso.

Congresso Abit - Quais são as suas expectativas para o Congresso?

RM - É fantástico conseguir reunir tanta gente bacana para discutir o futuro do mercado. É uma possibilidade para todos da cadeia: não apenas para a indústria, mas também para os varejistas e confeccionistas. Estamos desenvolvendo uma pesquisa inédita sobre como esse consumidor que está saindo da crise se relaciona com o universo da roupa, da moda e da cultura, integrando o mercado têxtil ao dia a dia das pessoas.

Congresso Abit - Qual é importância de discutirmos esse tema?

RM - O Congresso tem dois méritos. De um lado, reúne as melhores pessoas que estão pensando sobre o assunto e, do outro, quem decide sobre o mercado. Quando você consegue colocar o que de melhor existe no pensamento sobre o assunto ao lado das pessoas que realmente decidem, a velocidade de aprimoramento cresce.

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