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Marco Antônio Branquinho: “a indústria precisa perceber as demandas da ponta com rapidez e adaptar seus processos”

18/09/2019

Há 147 anos no mercado, a Cedro presenciou todo o tipo transformações do setor. Em entrevista exclusiva ao site do Congresso Internacional Abit 2019, Marco Antônio Branquinho, presidente da empresa, conta sobre o panorama que levou a indústria brasileira para o seu momento atual: em que as distâncias entre a produção e o consumidor estão cada vez menores. O fim dessas barreiras é tema da conferência que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, em Belo Horizonte, simultaneamente ao Minas Trend.

De acordo com Branquinho, o modelo de indústria grande, pesada, que produzia para estoques e depois revendia para atacadistas, mudou. A preocupação da Cedro agora não é atender bem as confecções, mas entender como pode trabalhar para que a confecção tenha um bom desempenho com o varejo. E para ele, tudo gira em torno da velocidade.

Confira a entrevista:

Congresso Internacional Abit: Na sua opinião, o que muda para a Cedro em relação a essa aproximação da produção com a indústria?

Branquinho: A primeira coisa que muda é a velocidade. O que era um modelo da indústria grande, pesada, que produzia para estoques e depois revendia para atacadistas mudou. A indústria precisa perceber as demandas da ponta com rapidez e adaptar seus processos. No passado, eles corriam num sentido só: matéria prima, confecção, indústria e varejo. Mas isso não existe mais. Você tem um vai e vem de informações o tempo todo, que mudou completamente a forma. E quanto mais informação, mais precisamos aumentar a velocidade para lidar com a realidade.

C: Em quanto tempo que você acha que isso aconteceu?

B: Brinco que a Cedro só não viu dois momentos na história do Brasil: o descobrimento e a independência. Presenciamos várias mudanças na cadeia têxtil, mas eu acho que vivemos hoje está muito baseado em dois grandes eventos, que mudaram a estrutura da competição: a abertura comercial na era Collor e o fim do acordo de têxteis e vestuários, em 2004. O primeiro trouxe uma dimensão do que viria a ser o mundo têxtil global. O segundo foi a liberação para que outros países pudessem trazer para o Brasil produtos e inserir o país num nível de comércio no qual não estávamos preparados.

A indústria reagiu da forma clássica, buscando reduzir custos, mais eficiência, produtividade. A partir de 2010 começamos a nos descolar um pouco deste movimento de concorrência direta com produtos importados, da guerra de preços e migrando para produtos de maior valor agregado. Nós focamos em nichos e nos distanciando de ofertar uma simples commodity – um tecido básico, mais simples. É ai que surge a conexão, e essa necessidade de estar perto do varejo, de atender o segmento diferenciado, com velocidade.

C: Como a Cedro consegue agregar essa diferenciação hoje?

B: Quando estamos nas pontas de moda, pesquisando pelo mundo inteiro, tem uma equipe de estilo aqui dedicada em antecipar as tendências. Nós transformamos isso num produto para que no momento que uma tendência se torne uma realidade de mercado, o meu cliente já esteja com isso disponível. Desta maneira ele vai poder trazer isso com rapidez para o mercado e acompanhar aquele momento, agregando a diferenciação de valor. De outro lado, tem as características tecnológicas desses produtos, que são resultados de parcerias com nossos principais fornecedores -- que vão desde um stretch diferenciado, uma resistência em tecido, um tingimento ecológico. Temos uma série de recursos que inserimos no tecido e levamos para a ponta consumidora. Isso tudo não fazia parte da indústria há dez anos atrás. Hoje é uma realidade.

Inscreva-se no Congresso Internacional Abit 2019. Confira a programação completa aqui.


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