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Castanhal inova para diversificar as aplicações da juta

03/09/2019

Castanhal investe na inovação em fiação, tecido e estamparia para atender o mercado da moda e diversificar a aplicação da juta. A empresa é hoje a maior produtora da fibra natural das Américas e conhecida pelo público pelo seu tradicional trabalho com sacaria. O tema da inovação em materiais será abordado durante o Congresso Internacional Abit 2019, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, simultaneamente ao Minas Trend, em Belo Horizonte.

Uma das ações da empresa para diversificar o uso da juta é o Concurso de Moda Sustentável Juta Castanhal. Nessa iniciativa, os alunos do Senai Cetiqt vão desenvolver 12 looks completos de vestuário com acessórios, utilizando a juta como matéria-prima principal. As coleções selecionadas serão apresentadas em evento no Fashion Lab, em novembro de 2019, e os ganhadores embarcarão em uma viagem para conhecer a produção da fibra na cidade de Castanhal, no Pará, local da fábrica da empresa.

De acordo com Flávio Smith, diretor-presidente da Castanhal, hoje a empresa investe em peso para ser cada vez mais reconhecida no mundo da moda e abrir os olhos das pessoas para as diferentes aplicações da juta, sejam estas tradicionais ou não tradicionais.

Os investimentos da Castanhal renderam frutos: em abril deste ano a estilista Flávia Aranha levou para a passarela do São Paulo Fashion Week um compilado de seus estudos sobre o tingimento natural, destacando quatro looks confeccionados com a juta da empresa.

“O desfile foi um sucesso e nós queremos abrir frentes e descobrir novas utilizações para a juta. Hoje, a Castanhal vende uma boa quantidade de fios diferenciados. Estamos investindo muito nessa área para atender não só a moda mas também o mercado de decoração e do artesanato”, conta.

Fashion e sustentável

A Castanhal não só fornece as sementes, mas também compra juta cultivada na região Amazônica por cerca de 15 mil famílias ribeirinhas do estado e do Pará. A cultura da fibra é 100% sustentável desde seu início: integrada ao bioma amazônico, não provoca queimadas ou desmatamento, uma vez que é feita nas margens dos rios Igarapé. Além disso, a produção da Castanhal é sustentável de ponta a ponta da cadeia. Não utiliza defensivos agrícolas e o produto final é 100% biodegradável.

De acordo com Flávio, a empresa nasceu sustentável e não precisou se adaptar para atender à demanda dos consumidores por essa caraterística.

“O crescimento exponencial da consciência ambiental tem dado destaque à juta em segmentos que ela não atingia e eu acredito que o potencial disso é enorme”, explica Flavio.

E acrescenta: “as pessoas querem uma cadeia mais limpa, transparente e isso é irreversível. Eu não tenho dúvida que não é só a indústria têxtil e de confecção que está se modernizando para atender essas demandas. Vejo mudanças nos cosméticos, alimentos, entre muitos outros setores”.